Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Na chón


3 e meia da manhã. O chão do Luton Airport em Londres acolhe pelo menos 500 pessoas a espera dos vôos da manhã.
É incrível como só aqui de longe, sozinha e sem rumo, contando os últimos Euros da carteira que eu vejo claramente do que é feita a vida e para quê. É simplesmente mágico como algumas coisas perdem o sentido enquanto outras o recuperam.
Expliquei outro dia a um amigo (numa dessas divagações de quem passa muito tempo com os próprios botões e eles tomam ácido) que de longe o tempo está tão azul que a gente vê direitinho o que tem que ser mudado e o que tem que ficar igual.
É como tirar férias da própria vida. Fazer um balanço. Jogar fora o que não precisamos mais.
Aqui a gente encontra coragem pra tudo. E o mais importante: vê beleza em tudo. É como um Mundo de Sofia, onde voltamos a ser crianças, comtemplamos arco-íris, uma loja de doces, percebemos cheiros, trememos ao falar uma nova língua, fazemos amigos, aprendemos de novo a caminhar sozinhos.
É um sair para ver o mundo e encontrar você mesmo.
Descobrir que gosta de suco de tomate, de música clássica, de criança e de estudar!
Queria eu que todas as pessoas desse mundo tivessem a oportunidade de passar 12 horas no chão frio do aeroporto esperando o próximo avião, as próximas pessoas, a próxima cerveja e a próxima leva de idéias malucas com pouca ou nenhuma conexão válida com a vida de amanhã, mas tudo a ver com a viagem de hoje.

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