Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Obrigada.


Quando saí de São Paulo há exatamente um ano trouxe comigo a imensa vontade de começar tudo de novo. Era o fechamento de um ciclo. O ciclo dos vinte anos.
Não gosto dessa coisa de retrospectiva e nem de textos autobiográficos sem mistério. Mas hoje senti essa necessidade babaca de me expor um tiquinho e de dedicar esse post às meninas de 2010.
Quando cheguei em Londrina, tudo que eu queria era ficar sozinha. Morar sozinha, passar a maior parte do tempo possível com meus livros e com meus botões. Eu tinha uma amiga querida e essa amiga querida seria suficiente para suprir toda a minha carência de convívio com pessoas.
Ah! Que bom que me enganei.
Da menina que nunca teve sofá em casa, passei a ser a menina que tem um sofá e planos para arrecadar um segundo. Porque em 2010 a família cresceu. E cresceu para nunca mais diminuir.
Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo (I wish), foi nessa cidade no Paraná (sim, no interior do Paraná) que descobri que não é necessário estar em uma grande metrópole e ganhar salários mils para ser feliz. A essência é importante. E aqui tenho tudo que me faz feliz.
Londrina me acolheu e me fez feliz pela segunda vez.
Londrina me levou de volta para uma sala de aula com adoráveis criaturas de menos de vinte anos de idade que me mostraram que de velha eu não tenho nem a cara. Eu voltei para a faculdade.
Me deu de presente amigas: a amiga que sai de casa de manhã para te fazer companhia enquanto você chora. A amiga que te apresenta o amigo e acha que vocês foram feitos um para o outro. A amiga que tem menos frescuras do que você tem e te faz sentir normal. A amiga que escreve e sente. A amiga que te indica na escola e te faz voltar a ser professora de inglês. A amiga que você reencontra depois de não se falarem por anos só para provar que nada mudou.
Por causa delas todas e de todas as outras e outros, eu termino 2010 realizada. Foram dores, cores, amores e rancores. Foram felicidades e tristezas. E muitas descobertas.
Em 2010 eu me livrei do estereótipo de Leticia que achava que a felicidade era medida em copos de cerveja. Agora a cerveja só tempera a minha vida.
Eu descobri que posso amar. E que para amar você não precisa fingir ser algo que não é. Amar é fácil.
Eu descobri que eu vim ao mundo sem um motivo maior e cheia de pequenos motivinhos descobertos diariamente. Sejam eles fazer minha mãe sorrir ou ensinar o verb to be. Em 2010 eu voltei a ter carinho pelos livros e principalmente pelos alunos.
Em 2010 eu cozinhei mais do que no resto da minha vida inteira. Em 2010 eu gostei de mim.
E eu agradeço a estas pessoas que fizeram do meu ano mais feliz. Que encheram minha casa de alegria. De "laetitia". Pessoas que não precisam mais se indentificar ao porteiro. Meninas lindas que fizeram com que daqui eu não tivesse a mínima vontade de sair.
Foi falando de esmalte de unha, de corte de cabelo, de Guimarães Rosa, de signo, de ex-marido, de vontade de casar, de emprego, de mudança de emprego, de monografia que vocês me conquistaram e eu não conseguiria lhes dar um presente de Natal maior do que um pedacinho nesta coisa doida que passou a ser meu companheiro fiel. Essa porcaria desse blog.
Que sejamos eu, você, Thais, Naiara, Carol, Ana, Bruna, Ju e todas as outras de todos os outros anos, maravilhosamente felizes em 2011.
Com nossos 30, 31, 23, 28 anos. Com nossos papos infindáveis. Com nossas cervejas geladas. Com nossos mil e duzentos quibes.
Sentadas no chão ou naquele sofá de listinha que eu tenho paquerado não para mim, mas para a família que, graças ao meu bom Deus, teimou em continuar crescendo.
Muito obrigada!

p.s.: e ao menino de 2010. Que falando comigo ou não, que vivendo comigo ou não, me tranformou de uma maneira ou de outra, e a quem sou grata de coração inteiro pelos momentos que passamos juntos e por tudo que continuará para sempre nessa mulher que antes dele surgir, tinha desistido de amar.

p.s2: a mamãe, papai e irmão que continuaram a acreditar na doida que nunca vai ter certeza do que quer.

p.s3: aos amigos de sempre. Aos outros novos amigos. Vocês sabem quem vocês são. Obrigada pra sempre. Por continuarem comigo mesmo eu sendo petista de carteirinha!(Adrianoooooo!). Por terem feito com que estivéssemos perto mesmo que longe.

p.s4: Tania.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Felicidade não se discute


(ou "Como voltar a viver depois de 2 longas e 4 curtas")
Acho que todo mundo às vezes esquece um pouco qual a essência da sua felicidade.
FELICIDADE. Cada um com a sua.
Acho que por isso, às vezes, ao invés de enxergarmos a nossa própria felicidade, acabamos por confundí-la com a de alguém próximo.
E assim como ninguém vive a vida do outro, ninguém pode ser feliz vivendo nos moldes de felicidade do vizinho, do namorado, da turma de amigos.
Na verdade, acho que a sociedade impõe um manual de como-deve-ser-alcançada-a-felicidade. Mas só segue quem quer. E só não segue quem tem peito para explicar o porquê e manter-se firme deste lado do muro.
Felicidade é ter o carro do ano, o corpo do ano, o cabelo do ano.
Felicidade é ter alguém para dividir as contas + cama e oficializar isto perante a lei (que fique bem claro).
Felicidade é ter um salário bom, um guarda-roupas fashion.
Felicidade é ter um herdeiro para ensinar tim-tim por tim-tim como se compra/conquista a felicidade.
Sem querer radicalizar (mas já...) isso tudo aí pode sim trazer felicidade. Mas não pode ser generalizado.
Não cobre de sua amiga "estranha" se para ela viajar significa mais que trocar o carro.
Se uma sessão de cinema e pipoca vendo um filme "Lado B" lhe dá mais prazer que uma sessão de drenagem linfática para diminuir a barriguinha durante algumas horas.
Não torça o nariz para ela, se ela disser que escrever um livro será mais realizador do que ter um filho. (Mesmo que ela adore crianças).
Entenda se ela preferir namorar para sempre ao invés de usar véu e grinalda. Você não precisa ser sua madrinha para continuar sendo sua Best Friend Forever.
Cada um acha felicidade naquilo que lhe completa. Seja numa sessão de tatuagem, num sábado no shopping ou em uma mesa de bar discutindo a linha tênue entre sanidade e loucura com dois amigos que eram desconhecidos até antes da mostra de cinema começar.
Enfim... Em uma época onde se prega a total liberdade de expressão, que tenhamos também total liberdade de escolha de felicidades.


(preguiça de editar, vontade de publicar, sono. Muito sono)


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

presente de Natal


Eu não acho que é querer muito ter alguém para sonhar junto.
É?
Os sonhos não precisam se tornar realidade. Pois na maioria das vezes não irão.
Mas quando se sonha junto, parece que o que é sonho em você se expande sendo sonho também no outro e assim, tudo junto, fica com um gostinho distante, porém um pouco mais real.
Sonhar junto também dá a falsa, porém infinitamente bela sensação de que planejar absurdos pode valer a pena e ser um ótimo programa para um domingo à tarde. Um sábado à noite. Um dia qualquer de feriado pela manhã.
(...)


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

trilha sonora


All My Little Words

The Magnetic Fields

You are a splendid butterfly
It is your wings that make you beautiful
And I could make you fly away
But I could never make you stay
You said you were in love with me
Both of us know that that's impossible
And I could make you rue the day
But I could never make you stay

Not for all the tea in China
Not if I could sing like a bird
Not for all North Carolina
Not for all my little words
Not if I could write for you
The sweetest song you ever heard
It doesn't matter what I'll do
Not for all my little words

Now that you've made me want to die
You tell me that you're unboyfriendable
And I could make you pay in pain
But I could never make you stay


play video here

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


"Body Language


Queria ter, silenciosamente, descruzado os braços e estendido as mãos. Mas em vez disso, assustada, eu escrevi. E me escondi mais uma vez atrás desse escudo das palavras que sempre fazem com que eu pareça muito mais forte do que eu realmente sou."

by Ana Mangeon in Coletânea de Pensamentos Desconexos. No menu ao lado.