Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

saudade




As lembranças você guarda em uma caixinha bem fechada debaixo da cama. Poe um cadeado.
Cadeado que a Saudade abre. Caixinha que a Saudade revira. Lembranças que ela joga uma a uma em cima de você.

Hoje, inevitavelmente hoje, eu sinto muita saudade de tudo.
Quem sabe seria mais fácil, ou até mais difícil.
Se abrisse meu Houaiss e não encontrasse por lá palavra para descrever.
Palavra que descrevesse esse aperto que sinto no peito.
Saudade!

"if I never see you again
I will always carry you
inside
outside

on my fingertips
and at brain edges

and in centers
centers
of what I am of
what remains."


—Charles Bukowski

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Le Pont des Arts


Paris, Metro Ódeon, Junho de 2014

-Je peux m'asseoir, s'il vous plaît?-diz, ofegante depois de descer correndo as escadas do metrô.
-Errrr....- não entende nada.
-Je peux m'asseoir, s'il vous plaît? e faz um gesto com a mão como quem gostaria de ocupar o lugar que estava vazio ao lado da menina de cabelos encaracolados com um mapa nas mãos.
-Si, si. E rapidamente procura algo no livrinho de frases- Je ne parle français, do you speak English? com cara de quem precisa de algo.
-Yes, I do, but where are you from? Brazil?- adivinhando um forte sotaque embaixo daquele pobre francês.
-Yes! Do you speak my language?- num alívio súbito.
-Falo sim, sou brasileira, o que você precisa?
-Então, estou em Paris por três dias só e não falo nada desta língua e nem entendo estes metrôs. Em Londres é tudo mais simples!- fala enquanto tira também o guia de dentro da mochila de ursinhos- Eu preciso ir até o cemitério.
-hahahaha. Sim, Londres é muito mais simples. Morei lá uma vez. E deixe-me adivinhar, você quer ir ao cemitério ver o túmulo do... hahaha... Jim Morrison, certo?
-Claro! Como você adivinhou? Vamos embora amanhã cedo e ainda não fui ao cemitério... er... Pierre Lachaise, né?
-Pere, Pere Lachaise. Mas você sabe que o busto do Jim não está lá há muitos anos.
-Sim! Eu sei. Queria muito uma foto com o busto, mas vou tirar sem ele mesmo- e mostra a foto do busto como era antigamente no seu guia.
-É só pegar o metrô e descer na estação com o mesmo nome do cemitério.Você está aqui sozinha? Desculpe a intromissão.
-Ah não, eu faço intercâmbio... moro em Londres... a família é bem legal e resolveu nos trazer para Paris. Eles são cheios dessas coisas de cultura, levam a gente para museu, ópera, restaurante disso, daquilo, ontem fomos em um Tailandês aqui do lado.
-Nossa, você tem sorte. Ganhou uma viagem a Paris. O que mais você fez por aqui?
(Enquanto soa uma mensagem do metrô dizendo que o próximo trem para onde as duas iam demoraria mais 15 minutos.)
-O que eles disseram? Não é bomba não,é? Em Londres tudo é bomba, nem lixo eles têm mais por causa de bomba- Rindo e se preocupando ao mesmo tempo que se certifica se o endereço do hotel ainda está no seu bolso.
-Não, só um atraso. Atrasos são comuns nessa época do ano.- explica enquanto equilibra seus livros de antropologia no colo.
-Hmmm. E você, o que faz aqui com tantos livros? Você gosta de ler, hein?- curiosamente olhando os títulos dos livros, todos em francês.
-Eu faço doutorado. Doutorado em Antropologia.
-Antropologia... hmmm... Levi Strauss... hahaha é o cara que inventou a calça jeans?- debocha enquanto prende o cabelo pra cima com elástico rosa- Eu quero estudar Jornalismo. Adoro escrever.
-hahaha não... é um antropólogo- sem tentar ir fundo no assunto percebendo que ela tinha no máximo 17 anos- que bom que gosta de escrever. O que você escreve?
-Eu escrevo diários! Tenho uns cinco, desde que tinha 12 anos. Ah, fui ao Louvre ontem. Grande, né? E a Monalisa. Chata que só. Mas pelo menos vou poder falar que vi o sorriso enigmático frente a frente.
-Sim! Também achei bem sem graça quando visitei. E tirei algumas fotos escondidas.
-O lugar que mais gostei foi daquela igreja lá no alto de um morro que você sobe em um bondinho e pode olhar a cidade em binóculos.
-Sacre Coeur, é o meu lugar favorito também, eu moro ali ao lado. Você já assistiu Amelie Poulin?
-Que bacana! Você realmente mora em Paris. Será que um dia eu vou me casar e mudar para Paris? Ter uma casa em Paris e poder passear com meu marido pelo Sena. E quem sabe colocar um cadeado naquela ponte com o meu nome e o do meu marido... - fala ininterruptamente olhando para a plataforma de onde o trem deveria chegar em cinco minutos- Você mora com seu marido?
-hahaha Não, não sou casada, moro só. Eu e meus livros- e mais uma vez arruma aquela pilha de livros pesados como se quisesse deixá-los por ali.
-Mas você não se sente sozinha?- sendo altamente curiosa- e não vi Amelie Poulin não, é legal?- usando e abusando de sua memória adolescente.
-Às vezes sim, mas eu trabalho e estudo, não teria tempo para namorar, eu acho...- também olhando para o túnel e tentando desviar o assunto.
-Hmmm, tem tempo sim, você ainda é nova, tem tempo pra tudo. Eu quero me apaixonar logo. Quem sabe não arrumo um namorado quando chegar ao Brasil? hahahaha- e aponta um casal que espera o metrô ao nosso lado. Ela de vestido de flores e ele de bermuda e all-star- Os franceses são tão românticos, mas os ingleses são muito estranhos.
-hahaha Você vai se apaixonar, assim que chegar no Brasil, eu prometo. Quem sabe por alguém que use uns coturnos assim tão estilosos quanto os seus?
-E que goste de The Doors, não é?
-Isso, e que goste de The Doors- vendo que o trem ainda vai demorar- Sabe, você pode ir andando pelo Sena até o Pere Lachaise. Não deve ser mais que 15 minutos... por que não tenta?- fala enquanto mostra a ela o caminho pelo mapa.
-Jura? Vou tentar! Obrigada. Você não quer ir comigo?- convida sendo simpática com a nova amiga.
-hahaha Obrigada, não posso, estou indo para minha aula de francês. Bom passeio e cuidado com o segurança. Eles não permitem fotos!
-Tomarei cuidado! Adoro tirar fotos em lugares proibidos. Boa espera pra você então. Nos vemos no Brasil! Eu e meu namorado, você e o seu!
-Sim, sim hahaha nos vemos no Brasil!
Enquanto uma sobe as escadas correndo para chegar o mais rápido ao cemitério e ver o túmulo mais visitado nos últimos anos, a outra checa o celular por mensagens, abre e fecha a capa do primeiro livro dado a ela por uma amiga, olha o relógio. Vê que o tempo realmente passou.Será que levou com ele a adolescente que hora sonhava por ali?
O trem chega na plataforma e ela corre para conseguir um lugar para se sentar. O vagão já está praticamente cheio.
-Excuse moi s'il vous plaît... Excuse me, please.
Quando as portas se fecham e o trem começa a andar, ela se desequilibra e derruba todos os seus livros. Um turista cheio de sacolas oferece ajuda.



-

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

senso de humor



e ai? Já está na hora do balanço do fim do ano?
e das resoluções de ano novo?
parar de fumar, fazer regime.
com que cor será que eu passo a virada?
mais amor ou mais paz?
cada coisa mais chata.
será que se fizer isso as coisas serão menos complicadas?
duvideodó.
o nome disso é outra coisa.
karma.
=P

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

stupid is as stupid does


As vezes não adianta.
A gente se sente idiota.
Acho que no mundo de hoje todo mundo se cobra tanto, que o mero fato de você ter alguma coisa acontecendo que não vá de encontro com o que a sociedade deseja, faça de você um idiota.
No meu caso, várias coisas não estão indo como manda o figurino. O figurino dos outros, porque no meu mando eu. Até queria ser forte o bastante para sustentar essa afirmação mas não sou. O que eu sinto vai de encontro com o que milhões de pessoas pensam. E entre sentir e pensar. Entre eu e um milhão. O que prevalece é o que manda a sociedade.
Por isso às vezes dá vontade de me esconder. De pai, de mãe, de melhor amiga, de celular, de emprego, de vizinho, de porteiro, de blog, de facebook, de tudo. Porque às vezes dá vontade de fazer só a sua vontade valer. E você sabe que isso só aconteceria se no mundo fosse só você, suas idiotices e mais ninguém.
Eu tenho me sentido idiota algumas vezes ao dia.
Umas porque realmente me comporto como tal e outras porque acho que sou idiota pelos olhares que vem de fora.
Eu não deveria me incomodar tanto, como na maioria das vezes não me incomodo.
Como na maioria das vezes sigo agindo mesmo que tudo pareça conspirar contra mim.
Mesmo que me olhem bem dentro dos olhos e digam como sou idiota.
Mais idiota é quem me diz. E não me aponte o dedo ao nariz!
Principalmete se eu estiver idiotamente de tpm.

let's drink


se eu pudesse eu não voltaria o tempo.
eu ia correndo com ele até o ano 2012.
dizem que o mundo vai acabar mas eu duvido.
os seres que nos assistem de novela das 9 vão fazer o quê?
sexo?
muito mais interessante ver um monte de gente se dando mal.
se dando mais do que pode, se dando bem.
eu ia lá para frente porque dizem por aí,
que tudo passa,
que tudo passará,
que vai passar,
que até uva passa,
e que o tempo é o melhor remédio.
e nem precisa de receita.
não é tarja preta.
pode beber o que quiser pra ele descer.
dizem que pode até ajudar,
não se bebem os defuntos?
bebem para não perceber o tempo tic-taquear.

Clarice


Você tem medo de quê?
De não conseguir chamar ajuda quando meu carro pifar no meio da estrada. Sabe, eu gosto muito de dirigir sozinha, mas meu carro é velho. Ele pode parar por aí. O problema é que eu me apeguei a ele. Foram tantas as emoções. Acho que ficaremos juntos para o resto da vida dele.
Disso também tenho medo. De ficar velhinha e não poder mais dirigir. Sabe, eu já tenho alguns anos a mais do que tinha quando a gente se conheceu. E agora, não sei se percebeu mas eu uso óculos. Tenho medo de sair tropeçando por aí.
Ah. Isso mesmo, também me dá medo ter que usar bengala. Como eu vou conseguir segurar minha bolsa, me equilibrar na bengala e responder as mensagens de celular.
Nossa, mas e se eu não estiver mais enxergando, será que alguém vai ler para mim?
E a estante lá de casa, você já deve ter visto. É cheia de livros com capas bem bonitas. Tenho medo de não conseguir terminá-los. De esquecer as plantas no quintal.
Se bem que por isso já troquei a grande maioria pelos cactos da minha prima.
E tem aquele cachorro que eu amo, o Jorge. Tenho medo de me perder por aí enquanto me preocupo em me equilibrar na bengala, responder mensagem, chamar ajuda para o carro... Me preocupo que vou esquecê-lo sozinho em casa com meus livros e ele poderá morrer de solidão.

Você tem fome de quê?
Lasanha, moço. Tem uma no forno que preparei esta manhã justamente pois sabia que o senhor vinha me visitar. Você sempre gostou da minha lasanha. E de dançar, não é? Mas dançar eu nunca aprendi. Tinha medo de não conseguir.

Lizzy and Darcy




(...)
se eu pudesse, sim eu posso.
escrever um poema.com.
dot.comma,
com a minha cara e a sua.
Eu pegaria a lua,
como iluminação.
E daí então,
seguraria sua mão.
Na cintura, criatura.
e te mostraria o mundo.
do jeito quê,
ele só aparece
na minha tevê:
Noir et blanc.
Você de olhos fechados,
responderia os meus recados.
Aqueles que a gente nem lê,
finge que vê e revê.
txt.
Como se fosse pintura.
Oil in canvas,
cama tua.
Bate uma coisa,
um querer.
Um Quero-quero no meu ouvido.
Um quero-quero você.

Corujinha
(Vinícius de Moraes)

Corujinha, corujinha que peninha de você.
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando não sei o quê.
O teu pranto de repente
Faz a gente estremecer.
Corujinha, pobrezinha
Todo mundo que te vê,
Diz assim - Ah, coitadinha! que feinha que é você...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

trip therapy


Eu pego e faço uma lista de tudo que eu perdi e de tudo que vou ganhar.
Posto num blog.
Imagino todas as pessoas que tenho saudade e posso visitar.
Imagino pessoas (possíveis)com quem gostaria de viajar.
Será que devo ir sozinha?
Lembro da amiga que disse precisar viajar para esquecer das "decepções".
Ri, perguntando:- Mas que tipo de decepções?
Imagino os lugares bacanas que ainda não conheci e morro de vontade.
Lembro que tenho a grana curta e a alma larga. Precisa ser perto, mas precisa ser gratificante.
Mas não quero me estressar.
Lembro que prometi não viajar mais com casais. E que gosto muito, muito de museu.
A fatura do cartão de crédito. O extrato bancário.
As roupas que posso vender.
Eu não sei me programar sem meter o coração no meio. Choro só um pouquinho: e se meus planos não derem certo?

Perdi:
minha máquina fotográfica;
a inscrição para o curso de corte&costura;
um par de brincos e um anel de prata;
a conta de quantas vezes disse que não ia mais me apaixonar;
a prova de filosofia;
tempo;
um quase-amor.

O que vou ganhar:
Fotos tiradas por máquinas alheias;
Roupas novas no guarda-roupa;
Um bronzeado;
Mais contatos de msn;
Um amor de verão;
Dívidas;
Inspirações.

Cada um escolhe a terapia que lhe faz melhor. Uns gostam de comer, outros de Freud, outros de compras, outros dormem demais. Eu particularmente gosto muito de dormir demais. Mas desta vez não adiantou. Ai, tentei escrever (cá estou), mas também não foi eficaz. Então, praticarei a terapia das rodinhas. Conhece?
Poe o que existe de mais importante numa mala de rodinhas e ouve o vento te chamar.
Quando você voltar, depois de analisar sua vida lá de fora, tudo pode ser, ou ao menos parecer, diferente.
No que diz respeito a diagnósticos, é sempre bom buscar uma segunda opinião. Mesmo que esta saia de dentro de você mesmo.

sábado, 6 de novembro de 2010

gosto não se discute


Eu gosto do cabelo dela assim. Preso para cima, como só ela usa. Gosto da camisola de algodão azul e da havaianas que herdou da amiga.
Gosto de vê-la andar na rua balançando os braços. Ela não fez balé.
Quando ela ri. Ela gargalha. Todo mundo olha. Disso eu também gosto muito. Só não mais do que quando ela me abraça e me morde a orelha. Gosto do dentinho torto da frente. Do pé chato com unha colorida.
Gosto da cama bagunçada. Gosto dela escolhendo a melhor roupa para a gente sair.
E de dar a mão pra ela por cima da mesa depois do almoço.
E que ela me acompanhe para cima e para baixo, muitas vezes sem saber para onde vou.
Gosto pois para ela a vida caminha lentamente. Ou às vezes passa como um furacão.
Gosto quando é ela o furacão.
O sorriso forçado tirando foto. O não saber sambar e nem cantar. A pinta no ombro esquerdo. Ou no direito? Gosto porque só ela chora em comercial de margarina.
Gosto dela falando com a mãe. Do respeito pelo pai. Gosto dela quando ela joga o celular para debaixo da cama para ser só minha.
Gosto de viajar com ela cantando. Gosto dela cantando no banho. Gosto dela no banho.
Eu gosto com um gosto que só eu sei gostar. Daquela tatuagem sem terminar. Da cicatriz na barriga. Da barriguinha. Do anel de estrelinha. Daquela saia de bolinha.
Gosto da soneca no fim do dia na praia. Gosto dela descabelada enrolada no edredon. Ou por causa do vento. Ou por causa de mim.
Da pipoca queimada. Gosto do beijo com gosto de chocolate.
Gosto do mau-humor na segunda de manhã. Do bom humor no sábado a tarde.
Dela contando os sonhos, dela prevendo o futuro. Gosto dela assim. Gosto do jeito que ela gosta de mim.

dream-dream-dream


Eu nunca havia reparado nessa estria que tenho do lado direito do peito.
Deve ter sido de tanto o coração encher e esvaziar.
De repente eu me vi uma pessoa romântica. Piegas. Blá. Só que não senti vergonha de mim. Surprisily good. Sofrer de amor renova.
Da janela do meu quarto eu vejo o céu mais azul que já vi. Mais azul que o cinza de São Paulo. Mais azul que o cinza de Londres. Mais azul que o céu azul dos Andes.
Mas eu vejo sozinha.
E olha que a vida já me pregou tanta peça que às vezes acho que é hora de desistir.
Não desistir de viver, bobinho. Eu nunca faria isso. Mas desistir de sonhar. Só que sonho é o alimento da vida.
E eu vou sonhar até o travesseiro se cansar de mim.
Talvez meus sonhos já tenham se tornado realidade e eu, distraída que sou, nem percebi.
Talvez eu já esteja fazendo aquilo que vim ao mundo fazer. Escrever esse monte de coisas para quase ninguém ler, dançar uma música aqui e outra ali. Me encher de tatuagens pra que eu seja mais do jeito que sonhei em ser. Olhar o mundo todo como se fosse sempre a primeira vez.
Já saí de casa, já me enchi de piercing. Bebi demais mil vezes. Fui pedida em casamento. Estourei o limite do cartão de crédito. Fui mais de 10 vezes para a praia em um único ano. Beijei meu melhor amigo. Quebrei o dente da frente. Fui quase loira. Conheci o Louvre. Quase fiz curso de marketing, quase achei que um grande salário era grande coisa na vida. Já fotografaram minha roupa para uma revista de moda Retrô. Fui em show de rock, em rave, em inferninho.
E se eu me lembro bem, sonhei mais ou menos tudo isso um dia. Talvez ouvindo Legião.
Talvez o meu príncipe encantado tenha sido aquele inglês de olhos verdes e coturno que conheci às 3 horas da manhã em Londres, que era antropólogo e me levou para passear num bairro indiano. Que falava aquele português com sotaque de Recife. E para ele eu disse que nunca me mudaria para lá.
As vezes a gente corta o sonho pela metade sem saber. Fecha a janela que deixa o céu azul entrar.
Eu sei que ainda vou encher o peito de suspiros várias vezes. Para depois, num susto, esvaziá-lo com solidão.
Agora o sonho a gente não esquece. De 3 em 3 horas, sem moderação.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

fidelity


Some words of dear Henry James, the only man with whom I shall spend my whole nights and days from now on.

“Isn’t what you describe perhaps the expectation- or at any rate the sense of danger, familiar to so many people- of falling in love?"


“Do you mean because you’ve been in love?” And then as he but looked at her in silence: “ You’ve been in love and it hasn’t meant such a cataclysm, hasn’t proved the great affair?”
“Here I am, you see. It hasn’t been overwhealming.”
“Then, it hasn’t been love,” said May Bartram.

It must have been love. But he went on believing on the contrary. Avoiding saying and feeling the 'L' word. Dealing with it as it was a real Beast.
To be continued...


(Going nuts analysing The Beast in the Jungle- Henry James, 1903)