Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

segunda-feira, 5 de março de 2012

feliz dois mil e doce.


Escrevi um texto imenso explicando o meu sumiço.
Mas não quis eternizar meus meses de dor.mência e o excluí.
Prefiro que as angustias expressas aqui sejam as mais leves.
Das quais conseguiremos rir um dia.
Peço desculpas pela falta de presença física, pela falta de telefonemas, pela falta de visitas, pela recusa de convites. Peço desculpas pela falta de parabéns, pela falta de reencontros e principalmente por não conseguir nem ao menos dividir a minha dor.
Dor.mência que se depender de mim só voltará em doses homeopáticas.
Aquelas doses necessárias para darmos valor às coisas fé.lizes que existem na vida.
Se estou refeita eu ainda não sei.
Só sei que aqui estou escrevendo mais uma vez e por isso dormirei mais feliz.

Meus bichos de pé



A felicidade palpável é a de hoje.
Da de ontem sente-se o cheiro.
Da de amanhã se tem vontade.
Mas só se vive a felicidade de agora.
Cuide bem dela.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Happiness is only real when shared



Sabe quando a gente tem certeza de que a loucura está distante, muito distante?
Quando passamos horas e mais horas andando para lá e para cá só com a gente mesmo.
Tem gente que tem medo de solidão. Mas o medo não é do vazio. É medo de encontrar algo nesse vazio. Algo de que não se goste tanto assim.
Ou algo que pode até se gostar, mas que ainda é estranho. Ainda não é aceitável.
Cada vez que fico assim, longe dos meus, descubro algo em mim que ao mesmo tempo que me mete medo, me liberta. Me liberta da negação.
A descoberta desta vez foi simples.
Descobri que amo estar sozinha, andar sozinha, escolher a música que quero ouvir e o caminho que devo tomar. Preparar a comida do meu jeito e dormir espalhada para lá ou para cá.
Mas desta vez a consequência do estar sozinha bateu. Talvez pela idade, talvez pela felicidade.
Quando as coisas que nos deixam felizes acontecem a gente tende a ter vontade de dividí-las. Quando a gente sorri, a gente quer que o outro também sorria. E chega uma hora que a gente quer esse outro ali, o tempo todo para sorrir com a gente.
Para sorrir, para rir, para morrer de ir e também amparar quando toda essa alegria teimar em se esconder.
Não tenho como explicar a sensação de estar completamente feliz sozinha e ao mesmo tempo me sentir totalmente desamparada por não ter com quem dividir estas viagens, estas conquistas, todas estas fotografias.
É coisa de mulherzinha sim. Hoje a independência deu lugar à realidade. E para dizer a verdade, nem dói tanto assim assumir para o mundo que você sente falta de ter alguém do lado, faça chuva ou faça sol, no restaurante mineiro ou no pior boteco do mundo, com ou sem dinheiro no bolso, para dar a mão e falar "estamos juntos nessa".
Juntos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tereza de Calcutá


Amar. Todos os caras que amei (classifico amei todos aqueles com os quais perdi boas 24 horas dos meus dias) posso dizer que, doentemente, quis mudar.
Acho que entre os psicólogos deveria se chamar "Síndrome da Santa Amante", aquela que o que faz é cuidar. E curar pelo perdão.
Aos 31 anos o portfolio é quase extenso. E não se vanglorie por fazer parte dele. Este não vale um tostão.
Exceto pelo primeiro namorado. Os dois eram muito novos para serem psicologicamente analisados.
Mas depois dele, as ocorrências foram gravíssimas.
Primeiramente um cara que não sabia se gostava ou não da noiva e me namorou ardentemente durante os meses em que decidiu passar longe dela. O resultado? Toda Madre Tereza que se preze sabe onde ele foi parar.
Depois deste, um psicopata social mirim. Que de tanto me ameaçar de morte e coisas afim deu as caras nos confins do Judas e nunca mais apareceu. Carrego a culpa até hoje.
Bem, neste momento, depois de traumatizada, resolvi ter um relacionamento normal.
Foi quando o ex-namorado bissexual decidiu que era sexual mais de um lado que do outro - claro que pendeu para o lado o qual eu também era interessada.
Foi então que veio o namorado DJ que me via quando havia rave e que me bomabardeava de torpedos. Claro que as raves não resistiram aos torpedos. Ou foi o contrário?
Uns anos depois veio o namorado cafajeste. Aquele a quem devo toda malícia e toda delícia do que se deve e não se deve fazer. Este ainda merece suspiros e visitas.
Tempos depois veio o divorciado com filhos. Mesmo achando os filhos lindos e o divórcio bem resolvido por mais que tivesse sido malacabado, mesmo achando que esse fosse o cara certo para passar o resto da vida errada. Esse foi o primeiro relacionamento que eu quis apagar da memória. Porque este doeu.
Acabei sozinha, com o coração partido que nem ao menos um retiro budista poderia curar.
E então, quando você acha que o pior já passou e que todas as bençãos que poderia dar já haviam sido distribuidas... heis que surge o namorado com problemas com álcool e uma ex namorada louca.
Aquele para o qual você se entrega achando que a solução que ele precisa é a solução que você já teve e que não há no mundo pessoa melhor do que você para resolver o seu problema. E a ex namorada louca? Dessa nem vale a pena falar.
Tereza, deixe, por uma vez, que alguém resolva os seus problemas, nem que eles se resumam a inventar um almoço com o que resta na geladeira ou pintar as unhas dos pés quando o que existe se chama torcicolo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

saudade em tempo de cólera


Eu queria que você esquecesse que você me fez tanto mal. Eu queria que você soubesse que trocaria um quilo de empadas de palmito para te ter aqui do meu lado sorrindo mais uma vez.
Ah! Não só mais uma vez, mas todas essas noites frias de hoje até domingo.
Eu queria que você esquecesse que pedi para não me ligar mais, que pedi para me esquecer. Dá pra não fazer o que te pedi dessa vez?
Queria que você viesse me ver de surpresa, contra a minha vontade.
Eu iria te atender sorrindo um sorriso pintado de amargo, recheado de amor.
Se você esquecesse que me fez chorar, que me fez sofrer.
Se você lembrasse do nosso sorriso juntos.
Se você lembrasse da tua mão na minha perna naquela viagem comprida. E dessa perna enrolada na tua.
Se eu esquecesse do seu colo quentinho e dos seus afagos pela manhã. Do cheiro de você que sobrou no meu quarto inteiro. Se eu esquecesse de quando você foi sincero comigo e só me lembrasse de quando e de todas as vezes que eu me encolhi, me escondi e não acreditei.
De todas as vezes que eu me preocupei, de todas as vezes que eu te pedi para ficar bem. Bem longe de mim.
Talvez assim seria mais fácil não te querer.
Ou talvez assim seria mais fácil você vir me ver. Porque a gente é feito de carne, osso e sentimento. Porque eu sinto tua falta tanto quanto te odeio. E odeio sentir essa falta que você me faz. Falta que faz falta igual quando falta ar.
E se eu colocar tudo isso na balança, na hora de pedir pra embrulhar, tenho medo do pacote com amor ainda ser mais pesado que o pacote com raiva. Tenho medo de sair por aí querendo te encontrar.
Mesmo não tendo mais seu telefone. Eu nunca nem quis seu celular!
Mesmo não podendo voltar atrás, mesmo com o mundo me dizendo para deixar tudo para quando agosto chegar.
Agosto de quem? De Deus?
Quando agosto chegar eu sei que os dois pacotes estarão vazios. E também eu e também você.
E que você para mim será apenas a vontade que um dia eu tive de dizer que, por você, eu faria tudo outra vez.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

home, sweet home


-Uma hora você vai criar raízes em algum lugar, Leticia.
Ah, mas eu nunca acreditei nisso. Nunca até essa semana.
Ao entrar em casa tive a estranha sensação de estar entrando no lugar mais familiar do mundo. O que talvez seja o meu lugar no mundo.
Tudo está há um ano e meio no lugar onde eu gostaria que estivesse. E tudo me agrada.
O meu quarto aconchegante, meu escritório mais ainda. As roupas todas escondidas dentro dos três guarda-roupas. A cozinha bagunçada com as coisas que cozinhei pra mim.
O varal sempre cheio de roupas para guardar.
Maquiagens espalhadas pelos dois banheiros. As plantinhas vivendo e morrendo na varanda.
Nada aqui é provisório. Tudo parece que já se cristalizou. O que estranhamente não é ruim.
Meus quadros parecem ter sido feitos sob encomenda para as paredes que ocupam. Meus móveis parecem ter sido colados ao chão. Como se nunca mais fossem enfrentar um caminhão de mudanças.
É essa a única casa que tive, onde não consigo me enfiar no quarto escuro e planejar partir.
Isso assusta sim, mas também acalma. Acalma a minha alma nômade.
Acho que foi o jogo de panelas que selou de vez esta parceria. Eu e minha casa, minha casa e eu. Eu a quero bem, e enquanto durar este amor, daqui eu não saio, daqui ninguém me tira.

vou passar um tempo fora, quer namorar comigo?


Eu parei para pensar que sempre que a gente está prestes a viajar, algo bom acontece.
Eu sei que coisas boas acontecem o tempo todo, mas parece que aquela coisa gostosa que você tanto quer que aconteça, tem uma grande probabilidade de acontecer quando você está de partida para uma longa viagem.
Não é pessimismo, não estou reclamando.É fato, constatação.
Acredito que estamos tão felizes e desligados das encanações cotidianas devido a toda a ansiedade pré-viagem que levamos tudo de forma mais leve, com mais risos no rosto e aí as coisas acontecem.
Uma amiga engatou um namoro firme, promissor, um mês antes de se mudar para a Australia por dois anos. E claro que o amor não aguentou. Mas quem vai dizer que ela fez certo ou errado? Dirão que ela deveria desistir do namoro ou da tão sonhada e planejada viagem?
Quando eu fui para a Europa há três anos, conheci um cara fofo um final de semana antes. Um cara tão fofo que fazia meu coração bater mais forte todos os dias ao me ligar para desejar bom dia, tanto aqui, quanto em Barcelona, tão fofo que eu fiz planos para a volta e comprei presentes para ele. Isso, ambos no plural. Planos. Presentes.
E é óbvio que o amor não resistiu e quando eu voltei ele já estava devidamente acompanhado de alguém que não largaria tudo (e ele) a qualquer momento para se aventurar sozinha por algum lugar do mundo. Azar o dele. Não sabe os presentes que perdeu (e que eu ganhei).
Hoje o fato se repete. Em três semanas parto para a Inglaterra e há algumas semanas tenho tido uma agradável companhia nas noites de inverno para bebericar, conversar e namorar.
E o fato de existir uma data de término faz com que tudo fique leve. Com que os problemas que temos que enfrentar para ficarmos juntos desapareçam fazendo com que só reste a sensação de caminhar acompanhado.
Mas são nestes bons momentos que o tempo teima em passar mais rápido para que você entre logo naquele avião e um mês depois retorne para o apartamento então vazio, sem nem mesmo o cheirinho dos cigarros que ele fumava compulsivamente enquanto reclamava da vida para você.
Bobos são eles que não nos esperam. Com a mala cheia de presentes para dar, de saudades para matar, de 'causos' para contar e com infinitas possibilidades de entrar em um avião novamente, na companhia deles.

terça-feira, 14 de junho de 2011

good things happen to good people


Era uma quinta-feira e uma moto bateu no meu carro. Não tinha outra coisa pior para me acontecer? A vida não tá fácil não, Sinhô!
Depois de pagar a moto do descarado, fui para a escola trabalhar. Ai que raiva de ter gastado o diheiro que seria investido nas minhas botas novas-já escolhidas- para pagar a moto de um desinfeliz que não estava olhando para frente e bateu em mim.
Mas, como era a melhor solução, desembolsei a grana e paguei o desatento.
Praguejei, praguejei como uma velha viuva que vive sozinha com cinco gatos e odeia o vizinho que dá a descarga no meio da noite na mesma hora, todos os dias.
Eram três horas da tarde quando me lembrei de uma amiga que acreditava que esses acidentes bobos acontecem para descarregar energia ruim, e que seria bom para mim.
Bom? Como pode ser bom?
Olhei para o quadro de avisos da sala dos professores e lá estava um recado:" Alguém disposto a acompanhar um grupo de estudantes por um mes na Inglaterra em julho?"
E eu ainda pensei duas vezes, três. E tive a sorte que as sextas-feiras a tarde são completamente vazias na escola. Ou seja, nenhum outro professor-concorrente.
Escrevi meu nome no quadro.
Uma hora depois estava eu combinando datas e honorários com o dono da agência para passar o mês de julho em Westbourne, na Inglaterra e depois dar um pulinho em Paris e cá estou eu hoje pensando no que tenho ou não que levar.
Sabe aquele dinheiro que eu paguei para o motoqueiro desatento?
O melhor investimento que fiz nos últimos anos!
Ou a melhor sessão de descarrego.

acredito, não acredito


Acho que só agora me dei conta de que não confio em ninguém- com mais de 32 dentes, do sexo masculino com quem eu saia por mais de uma semana.
É difícil de acreditar (realmente é!) mas eu não acredito, não importa o quanto a pessoa se esforce para me mostrar que está dizendo a verdade.
Digam-me, amigos psicólogos, eu tenho cura?
Ou isso é normal depois de tanto ser passada pra trás? Era só acreditar que lá vinha.
O bom é que isso faz a gente ficar esperta e ter as mangas cheias de cartas. Ou de planos B.
É terça-feira e ele confirmou que vai te acompanhar numa festa Junina que vai durar o final de semana todo. Você já o fez confirmar pelo menos quatro vezes e toda vez que ele diz que vai você pensa: "vai nada".
Não é auto-estima baixa. Acreditem, eu sei o que minha presença causa no rapaz. Mas eu não acredito em nada do que ele diz pra mim.
Que ódio de todos vocês que me transformaram em um ser descrente.
E um muito obrigada.

Terça-feira-pra-que-te-quero


Depois de uma segunda-feira não odiada, nada mais justo que uma terça-feira santa.
Tudo começou quando eu resolvi inventar uma cortina para meu quarto-claro-azul-celeste. E não é que passei a acordar(no escuro) e mais feliz?
A terça amanheceu com cheirinho de limpeza. A faxineira apareceu e trouxe com ela o aroma suave de água sanitária. Cheirinho de limpeza e uma multa de trânsito. Nem tudo é perfeito.
E na faculdade, aula, àrvore, sol, céu-azul. Vou para casa cozinhar.
Daí vem a pergunta. Depois de uma semana trocando o almoço por sonecas forçadas, por que diabos eu quero cozinhar?
Porque a Rita Lee certamente já teve, as onze da manhã, a idéia de voltar correndo pra casa, para cozinhar estrogonofe. De soja, que seja.
A casa realmente ficou cheirosa, limpa e organizada. E a Bruna ainda fez questão de me dizer que havia descongelado meu pinguim de estimação.
É gente, de tantos outros pecados, eu também não descongelo a geladeira.
O estrogonofe. Estrear as panelas novas, ouvir Rita Lee.
Eu sempre tento me lembrar das coisas que me fazem feliz. Tomar café da manhã na padaria, cozinhar, lençol da cama limpinho, céu-azul-de-inverno, terça-feira-livre.
Mas aí eu também lembro das coisas que me fazem triste. Afinal de contas, não dá pra ser feliz o tempo todo. E são elas, em qualquer ordem: mentira, minha tevê a gato não funcionar mais, final de semestre, saudade.
E arroz integral. Eu não sei porque eu não me lembro que ao cozinhar, tenho que começar por ele? Para agora ficar aqui escrevendo bobagens enquanto espero o dito-cujo ficar pronto olhando pela janela para a vizinha pendurando roupas no varal.
São 13:41 e vou dar a última olhada no arroz e abrir o pacotinho de batata-palha.
No youtube: "with a love like that, you know you should be glad..."
Volto em breve, ou volto amanhã, se da minha terça-feira-azul ainda restar algo para contar.
Mas nunca se esqueçam. Quando você para de odiar a segunda, a terça pode parecer muito mais interessante.

terça-feira, 24 de maio de 2011

true love


Dois meses que não apareço. Me desculpe.
É que a lua mudou e levou com ela toda minha fidelidade.
Desculpe-me, mas fui infiel. A você e a todos os outros amores que teimaram em aparecer.
Fui infiel a dieta, a abstinência, a arrumação da casa, do guarda-roupa, da louça.
Culpo a lua.
Agradeço a lua.
Por dois meses que valeram por todo o ano.
Por isso não me espanto se nada mais me acontecer nestes próximos meses.
Me contentarei em degustar vinhos e mais vinhos escrevendo para você.
Para você que recebe meus devaneios sem pestanejar.
Leticia mudou seu status de relacionamento:
Leticia está em um relacionamento sério com seu blog.