Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

home, sweet home


-Uma hora você vai criar raízes em algum lugar, Leticia.
Ah, mas eu nunca acreditei nisso. Nunca até essa semana.
Ao entrar em casa tive a estranha sensação de estar entrando no lugar mais familiar do mundo. O que talvez seja o meu lugar no mundo.
Tudo está há um ano e meio no lugar onde eu gostaria que estivesse. E tudo me agrada.
O meu quarto aconchegante, meu escritório mais ainda. As roupas todas escondidas dentro dos três guarda-roupas. A cozinha bagunçada com as coisas que cozinhei pra mim.
O varal sempre cheio de roupas para guardar.
Maquiagens espalhadas pelos dois banheiros. As plantinhas vivendo e morrendo na varanda.
Nada aqui é provisório. Tudo parece que já se cristalizou. O que estranhamente não é ruim.
Meus quadros parecem ter sido feitos sob encomenda para as paredes que ocupam. Meus móveis parecem ter sido colados ao chão. Como se nunca mais fossem enfrentar um caminhão de mudanças.
É essa a única casa que tive, onde não consigo me enfiar no quarto escuro e planejar partir.
Isso assusta sim, mas também acalma. Acalma a minha alma nômade.
Acho que foi o jogo de panelas que selou de vez esta parceria. Eu e minha casa, minha casa e eu. Eu a quero bem, e enquanto durar este amor, daqui eu não saio, daqui ninguém me tira.

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