Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

a vida começa aos 30


Engana-se quem pensa que estamos velhas aos 30 anos.
Eu só me senti plena de verdade prestes a completar os meus 30. Quando me amei de verdade, eu fiquei leve.
Com 30 a gente não pensa demais antes de fazer e dorme com o arrependimento sufocado no travesseiro, a gente faz. Nem que seja para se arrepender de ter feito. Aos 30 temos iniciativa por não termos mais os 20 e a vida inteira pela frente. Mesmo tendo toda uma vida pela frente.
Você gosta do que vê no espelho. Li por aí que a mulher alcança o auge da sua beleza aos 31 anos. E de verdade, acho que é mais pelo que ela se transformou por dentro do que pelo que é por fora. Aos 30 você desencana. Você aceita que não tem aquela bunda gostosa, mas que pode andar de biquini pra lá e prá cá esquecendo do shorts.
Com 30 eu sinto o vento bater no meu rosto e não o vento despentear meu cabelo.
Eu passo os dias na cozinha com minha mãe e rio disso. Passo as noites na TV com meu pai e me divirto. Aos 30 você dá mais valor aos seus, menos aos dos outros.
Os amigos especiais se tornam eternos, outros você nunca mais vê. O que importa é qualidade. Nem que sejam só uns dois ou três, mas que te façam bem.
Aos 30 você entende que as noites também são feitas para se dormir e não se culpa por não estar presente em todas as festas. Você desliga o telefone sem culpa e aprende a dizer não. Você se cobra menos, muito menos. Pára de carregar o mundo nas costas.
Aliás, dizer "não" querendo realmente dizer "não" e "sim" querendo dizer "sim" é uma das melhores coisas de quando a gente cresce. Para que fingir que se quer o que não se quer? Para que tanto tempo em admitir o que se ama?
Aos 30 o mundo lá fora se separa do que se passa aqui dentro e a gente consegue simplesmente ser o que a gente sempre quis. Sem falsas expectativas, sem falsas projeções, sem nos espelharmos em ninguém mais além de nós mesmas.
Muitos vivas a maturidade!

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