Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tereza de Calcutá


Amar. Todos os caras que amei (classifico amei todos aqueles com os quais perdi boas 24 horas dos meus dias) posso dizer que, doentemente, quis mudar.
Acho que entre os psicólogos deveria se chamar "Síndrome da Santa Amante", aquela que o que faz é cuidar. E curar pelo perdão.
Aos 31 anos o portfolio é quase extenso. E não se vanglorie por fazer parte dele. Este não vale um tostão.
Exceto pelo primeiro namorado. Os dois eram muito novos para serem psicologicamente analisados.
Mas depois dele, as ocorrências foram gravíssimas.
Primeiramente um cara que não sabia se gostava ou não da noiva e me namorou ardentemente durante os meses em que decidiu passar longe dela. O resultado? Toda Madre Tereza que se preze sabe onde ele foi parar.
Depois deste, um psicopata social mirim. Que de tanto me ameaçar de morte e coisas afim deu as caras nos confins do Judas e nunca mais apareceu. Carrego a culpa até hoje.
Bem, neste momento, depois de traumatizada, resolvi ter um relacionamento normal.
Foi quando o ex-namorado bissexual decidiu que era sexual mais de um lado que do outro - claro que pendeu para o lado o qual eu também era interessada.
Foi então que veio o namorado DJ que me via quando havia rave e que me bomabardeava de torpedos. Claro que as raves não resistiram aos torpedos. Ou foi o contrário?
Uns anos depois veio o namorado cafajeste. Aquele a quem devo toda malícia e toda delícia do que se deve e não se deve fazer. Este ainda merece suspiros e visitas.
Tempos depois veio o divorciado com filhos. Mesmo achando os filhos lindos e o divórcio bem resolvido por mais que tivesse sido malacabado, mesmo achando que esse fosse o cara certo para passar o resto da vida errada. Esse foi o primeiro relacionamento que eu quis apagar da memória. Porque este doeu.
Acabei sozinha, com o coração partido que nem ao menos um retiro budista poderia curar.
E então, quando você acha que o pior já passou e que todas as bençãos que poderia dar já haviam sido distribuidas... heis que surge o namorado com problemas com álcool e uma ex namorada louca.
Aquele para o qual você se entrega achando que a solução que ele precisa é a solução que você já teve e que não há no mundo pessoa melhor do que você para resolver o seu problema. E a ex namorada louca? Dessa nem vale a pena falar.
Tereza, deixe, por uma vez, que alguém resolva os seus problemas, nem que eles se resumam a inventar um almoço com o que resta na geladeira ou pintar as unhas dos pés quando o que existe se chama torcicolo.

2 comentários:

  1. Letícia, perfeito seu texto! Sempre queremos salvar, cuidar, acho que nos ensinaram, a nós mulheres, assim, cuidar mais deles do que de nós, mulher mãe, psicóloga, clínica de recuperação...isso é engraçado e trágico, mas estamos mudando, é a verdade da nossa geração!

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  2. Ah, Tereza... fique tranquila... muitos ainda virão!
    Adorei seu blog... to seguindo!!! Bjos!!!
    Gra

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