É fato que homens perfeitos não existem e nem mulheres perfeitas. E que cada vez menos nesse mundo somos testemunhas de uniões perfeitas em que ambos os seres são perfeitamente felizes.
É aí que você se dá conta de que certos momentos certos, hoje em dia, tem valor imensurável.
Como receber um beijo despretensioso numa quinta-feira a tarde quando tudo o que te preocupa são os textos de antropologia que você não pode deixar de ler para amanhã.
Quando o que tira teu sono são tuas contas a pagar e todos os planos que você fez para a estação que vem depois daquela que chega quando essa se acabar.
Momentos assim deveriam ser distribuídos em postos de saúde ou oferecidos como brindes em supermercados. Momentos assim encaixados em momentos assim, tem um grande valor.
Um sorriso bobo às quatro da tarde misturados numa barba por fazer, em um monte de tatuagens sem pintar e num corpo esguio deviam ser matéria prima essencial em toda semana do meu ano.
Toda vez que eu teimar em esquecer que as minhas pernas e as minhas costas servem tanto de suporte para mim quanto de deleite para você. Toda vez que eu teimar em acreditar que o meu senso de humor bobo e o meu jeito de jogar o cabelo prá lá não incomodam mais ninguém nessa vida.
Esse é para você, menino da minha quinta-feira.
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