Divagações sem fim esperando por respostas.
Uma busca sem rumo por certezas improváveis:
Dores, cores, amores, rancores.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

explicação pro que eu sentia


No universo de relacionamentos amorosos, de acordo com pesquisas científicas, existem três tipos de pessoas: as namoráveis, as inenámoraveis e as que não se preocupam com isso.
Os namoráveis, tanto homens quanto mulheres, são seres que nasceram para namorar, casar, para juntar os trapos e as escovas de dentes. (Expressões que fazem mal aos ouvidos dos inenamoráveis tanto quanto comer algo que não lhes apetece. Ok, talvez um pouco menos).
As meninas namoráveis sonham primeiro com o dia do casamento e depois com o Loft que comprarão com os 120 primeiros salários. Os meninos sonham com tudo que conseguirão fazer quando unirem seus bens com os da amada. Mas o sonho sempre envolve uma "outra pessoa", ao contrário das crianças inenamoráveis que sozinhas ou na presença de um amigo imaginário, sonham em dar voltas ao mundo, terem milhões de amigos influentes e serem convidados ao Oscar. Meninas namoráveis brincam de Barbie e tem o boneco do He-man como namorado. Meninas inenamoráveis fazem roupas de Barbie e vendem para comprar um Ken.
Quando crescem, dependendo da turma de amigos com que andam, crianças a princípio namoráveis podem adquirir características inenamoráveis para desespero de suas mães que sonham em ver as filhas entrando na igreja vestidas de branco e com netos correndo pela casa.
O mesmo pode ocorrer com adultos namoráveis que se tornam tão inenamoráveis a ponto de nunca mais conseguirem dividir camas, contas, pizzas e planos. Isto geralmente acontece depois de uma sequência de desilusões amorosas quando o namorável decide então acatar o lado egoísta do inenamorável e viver só para ele e suas vontades.
Os inenamoráveis sofrem preconceito da sociedade uma vez que o marketing do mundo capitalista oferece somente vantagens àqueles que possuem uma tampa/metade/alma gêmea. De pacotes turísticos e descontos em restaurantes até celulares e escovas de dente(elas de novo) leve 2 pague 1, as vantagens só são válidas se você = você + um.
Além disso, sair do armário e se assumir um inenamorável choca. Você pode esperar sensibilizações ou horror ao assumir que para você o normal é ir ao cinema sozinho, responder a RSVPs de casamento que não vai levar acompanhante, almoçar sozinho de frente para o mar e comprar arroz de pacotinho pequeno porque o grande, vai dar caruncho. Inenamoráveis não "estão" solteiros, "são" solteiros.
Já para os namoráveis de plantão não há nada mais estranho do que passar meses ou anos sem apresentar um pretendente para a família. Não existe tempo mais triste que o "entre-namoros", o passar um dia dos namorados sozinho, o sair para dançar e paquerar, o não-ter-que-dar-satisfação e por isso, pulam de namoro em namoro para que este período de seca não dure.
Inenamoráveis moram sozinhos, dormem sozinhos, acordam sozinhos, tem melhores amigos também inenamoráveis, e até encontrarem um ser Namorável (ou um pseudo-Inenamorável) que lhes chame a atenção e baguncem toda sua rotina, acreditam que esta é a melhor vida que poderiam ter. Pesquisas comprovam que inenamoráveis quando se apaixonam assumem grandes chances de adquirirem alguns (mas não todos) dos hábitos que anteriormente eram considerados "caretas", "frescura" ou "aff, eu? nunca".
Enquanto isso, em um nível superior de evolução livre de influências passionais, os indivíduos do terceiro tipo estão ocupados com os milhões de livros que têm que ler em diversas línguas para se tornarem Phds antes dos 30 anos de idade.

(para a Ludmila que com muitas garrafas de Heineken, me ajudou a desvendar mais esse mistério)

Um comentário:

  1. Estava pensando neste negocio esses dias...
    isso vai bem da fase da vida...do 'caboclo' porque dos 18 a 25 eu era namoravel...dos 25 a 30, adorei ser um inamoravel...hj aos 3.2 posso dizer que estou migrando para o cara que nao e de nenhumas das classes anteriores....mas ainda...me transformando...hahahahah

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