quarta-feira, 13 de julho de 2011
Happiness is only real when shared
Sabe quando a gente tem certeza de que a loucura está distante, muito distante?
Quando passamos horas e mais horas andando para lá e para cá só com a gente mesmo.
Tem gente que tem medo de solidão. Mas o medo não é do vazio. É medo de encontrar algo nesse vazio. Algo de que não se goste tanto assim.
Ou algo que pode até se gostar, mas que ainda é estranho. Ainda não é aceitável.
Cada vez que fico assim, longe dos meus, descubro algo em mim que ao mesmo tempo que me mete medo, me liberta. Me liberta da negação.
A descoberta desta vez foi simples.
Descobri que amo estar sozinha, andar sozinha, escolher a música que quero ouvir e o caminho que devo tomar. Preparar a comida do meu jeito e dormir espalhada para lá ou para cá.
Mas desta vez a consequência do estar sozinha bateu. Talvez pela idade, talvez pela felicidade.
Quando as coisas que nos deixam felizes acontecem a gente tende a ter vontade de dividí-las. Quando a gente sorri, a gente quer que o outro também sorria. E chega uma hora que a gente quer esse outro ali, o tempo todo para sorrir com a gente.
Para sorrir, para rir, para morrer de ir e também amparar quando toda essa alegria teimar em se esconder.
Não tenho como explicar a sensação de estar completamente feliz sozinha e ao mesmo tempo me sentir totalmente desamparada por não ter com quem dividir estas viagens, estas conquistas, todas estas fotografias.
É coisa de mulherzinha sim. Hoje a independência deu lugar à realidade. E para dizer a verdade, nem dói tanto assim assumir para o mundo que você sente falta de ter alguém do lado, faça chuva ou faça sol, no restaurante mineiro ou no pior boteco do mundo, com ou sem dinheiro no bolso, para dar a mão e falar "estamos juntos nessa".
Juntos.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Tereza de Calcutá
Amar. Todos os caras que amei (classifico amei todos aqueles com os quais perdi boas 24 horas dos meus dias) posso dizer que, doentemente, quis mudar.
Acho que entre os psicólogos deveria se chamar "Síndrome da Santa Amante", aquela que o que faz é cuidar. E curar pelo perdão.
Aos 31 anos o portfolio é quase extenso. E não se vanglorie por fazer parte dele. Este não vale um tostão.
Exceto pelo primeiro namorado. Os dois eram muito novos para serem psicologicamente analisados.
Mas depois dele, as ocorrências foram gravíssimas.
Primeiramente um cara que não sabia se gostava ou não da noiva e me namorou ardentemente durante os meses em que decidiu passar longe dela. O resultado? Toda Madre Tereza que se preze sabe onde ele foi parar.
Depois deste, um psicopata social mirim. Que de tanto me ameaçar de morte e coisas afim deu as caras nos confins do Judas e nunca mais apareceu. Carrego a culpa até hoje.
Bem, neste momento, depois de traumatizada, resolvi ter um relacionamento normal.
Foi quando o ex-namorado bissexual decidiu que era sexual mais de um lado que do outro - claro que pendeu para o lado o qual eu também era interessada.
Foi então que veio o namorado DJ que me via quando havia rave e que me bomabardeava de torpedos. Claro que as raves não resistiram aos torpedos. Ou foi o contrário?
Uns anos depois veio o namorado cafajeste. Aquele a quem devo toda malícia e toda delícia do que se deve e não se deve fazer. Este ainda merece suspiros e visitas.
Tempos depois veio o divorciado com filhos. Mesmo achando os filhos lindos e o divórcio bem resolvido por mais que tivesse sido malacabado, mesmo achando que esse fosse o cara certo para passar o resto da vida errada. Esse foi o primeiro relacionamento que eu quis apagar da memória. Porque este doeu.
Acabei sozinha, com o coração partido que nem ao menos um retiro budista poderia curar.
E então, quando você acha que o pior já passou e que todas as bençãos que poderia dar já haviam sido distribuidas... heis que surge o namorado com problemas com álcool e uma ex namorada louca.
Aquele para o qual você se entrega achando que a solução que ele precisa é a solução que você já teve e que não há no mundo pessoa melhor do que você para resolver o seu problema. E a ex namorada louca? Dessa nem vale a pena falar.
Tereza, deixe, por uma vez, que alguém resolva os seus problemas, nem que eles se resumam a inventar um almoço com o que resta na geladeira ou pintar as unhas dos pés quando o que existe se chama torcicolo.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
saudade em tempo de cólera
Eu queria que você esquecesse que você me fez tanto mal. Eu queria que você soubesse que trocaria um quilo de empadas de palmito para te ter aqui do meu lado sorrindo mais uma vez.
Ah! Não só mais uma vez, mas todas essas noites frias de hoje até domingo.
Eu queria que você esquecesse que pedi para não me ligar mais, que pedi para me esquecer. Dá pra não fazer o que te pedi dessa vez?
Queria que você viesse me ver de surpresa, contra a minha vontade.
Eu iria te atender sorrindo um sorriso pintado de amargo, recheado de amor.
Se você esquecesse que me fez chorar, que me fez sofrer.
Se você lembrasse do nosso sorriso juntos.
Se você lembrasse da tua mão na minha perna naquela viagem comprida. E dessa perna enrolada na tua.
Se eu esquecesse do seu colo quentinho e dos seus afagos pela manhã. Do cheiro de você que sobrou no meu quarto inteiro. Se eu esquecesse de quando você foi sincero comigo e só me lembrasse de quando e de todas as vezes que eu me encolhi, me escondi e não acreditei.
De todas as vezes que eu me preocupei, de todas as vezes que eu te pedi para ficar bem. Bem longe de mim.
Talvez assim seria mais fácil não te querer.
Ou talvez assim seria mais fácil você vir me ver. Porque a gente é feito de carne, osso e sentimento. Porque eu sinto tua falta tanto quanto te odeio. E odeio sentir essa falta que você me faz. Falta que faz falta igual quando falta ar.
E se eu colocar tudo isso na balança, na hora de pedir pra embrulhar, tenho medo do pacote com amor ainda ser mais pesado que o pacote com raiva. Tenho medo de sair por aí querendo te encontrar.
Mesmo não tendo mais seu telefone. Eu nunca nem quis seu celular!
Mesmo não podendo voltar atrás, mesmo com o mundo me dizendo para deixar tudo para quando agosto chegar.
Agosto de quem? De Deus?
Quando agosto chegar eu sei que os dois pacotes estarão vazios. E também eu e também você.
E que você para mim será apenas a vontade que um dia eu tive de dizer que, por você, eu faria tudo outra vez.
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